domingo, 18 de abril de 2010

A Odisseia dos Cangaceiros no Nordeste do Brasil




Lampião e Maria Bonita

Virgulino Ferreira da Silva, Lampião, nasceu em 7.7.1897 no distrito de Vila Bela, atual cidade de Serra Talhada PE), terceiro filho de uma família de oito irmãos. Em 1915, por causa de uma briga com o vizinho de fazenda, começou uma rivalidade entre as duas famílias. Quatro anos depois, Virgulino e dois irmãos passaram a ser perseguidos pela polícia e toda a família abandonou a fazenda. Nessa fuga a mãe de Virgulino morreu e, num tiroteio, os policiais mataram pai de Virgulino. O jovem Virgulino, então, jurou vingança.
Com dois irmãos, primos e amigos, Virgulino formou o seu bando, que variava de 30 a 100 homens, e passou a atacar fazendas e pequenas cidades em cinco estados do Brasil, quase sempre a pé e às vezes montados a cavalo durante 20 anos, de 1918 a 1938.
Grande estrategista militar, Virgulino sempre saía vencedor nas lutas com a polícia, pois atacava sempre de surpresa e fugia para esconderijos no meio da caatinga, onde acampavam por vários dias até o próximo ataque.
Apesar de perseguido, Virgulino que já era conhecido como Lampião e seu bando, foram convocados para combater a Coluna Prestes, tendo o Governo Federal lhe fornecido fardas e fuzis automáticos e a patente de Capitão, pasando, a partir daí a ser chamado de Capitão Virgulino.
Em 1929, conheceu Maria Déa, a Maria Bonita, casada, que com 19 anos declarou-se apaixonada há muito tempo pelo Capitão Virgulino. Pediu para acompanhá-lo no que concordou Lampião.
Em 1930 o governo baiano ofereceu 50 contos de réis pela captura de Lampião, dinheiro suficiente para comprar seis carros de luxo.
Lampião morreu no dia 28 de julho de 1938, na Fazenda Angico, em Sergipe. Os trinta homens e cinco mulheres que compunham o bando naquela ocasião estavam começando a se levantar, quando foram vítimas de uma emboscada promovida por uma tropa de 48 policiais do Estado de Alagoas, comandada pelo tenente João Bezerra, num rápido combate de 10 minutos. Os policiais com vantagem em armamentos mataram Lampião, Maria Bonita e nove cangaceiros que tiveram, após a morte, suas cabeças decepadas, tendo o restante do bando conseguido escapar. A atividade do cangaceiros terminou em 1940, com a morte de Corisco, o "Diabo Loiro", o último sobrevivente do grupo comandando por Capitão Virgulino, o Lampião.
A partir desta semana estaremos divulgando fotos relacionadas com Capitão Vigulino (Lampião), Maria Bonita e seus companheiros, para que as novas gerações tomem conhecimento desse fato que marcou indelevelmente a vida das pequenas cidades da região Nordeste do Brasil.


3 comentários:

  1. O VINGATIVO LAMPIÃO
    Em 1927 Lampião resolveu invadir Alagoas, alegando que era protesto contra Zé Lucena por ter morto o seu pai, e Zé Saturnino, que segundo ele, era o causador das declinações dos Ferreira, privando o direito deles serem felizes onde moravam, obrigando-os a fugirem de Pernambuco, e os empurrando para alagoanas. Em Pernambuco eles deixaram para trás tudo que haviam adquirido com muito esforço: propriedade, agricultura, criações e principalmente sonhos e muitos sonhos que pretendiam realizar. Já morando em Alagoas, passaram por dois desgostos: O primeiro foi quando viram a mãe cair em depressão. Ela se sentindo desgostosa com o Zé Saturnino, por ter afetado o caráter de José Ferreira, seu coração não aguentando as maldades, faleceu em 1920. O segundo e mais doloroso foi quando viram o pai envolvido em um horroroso lençol de sangue, todo crivado de balas pelas armas do tenente Zé Lucena. Os desrespeitos que surgiram contra a sua família, deixaram os irmãos sem rumo e sem decisões para enfrentarem as maldades dos perseguidores.
    Dizia o rei que o principal culpado das suas desventuras era o Zé Saturnino, por não ter assumido a sua desonestidade, quando o assecla viu peles dos seus animais na casa de um dos moradores da Fazenda Pedreiras. Se ele tivesse assumido o feito, não teria sido necessário ele e seus irmãos viverem embrenhados às matas, escondendo-se dos policiais. O rei ainda se lastimava que todos os seus antes amigos viviam passeando pelas redondezas do lugar, livres de perseguições, e diariamente aconchegados às mocinhas do povoado, frequentando festas e bailes. E enquanto os outros gozavam da liberdade, eles eram privados de participarem dos divertimentos que o povoado oferecia. Infelizmente teriam que passar a vida inteira se amparando às árvores, castigados pelas chuvas, sol, poeiras, dormindo no chão, misturados com caranguejas, lacraias, cobras e no meio de combates, tentando se livrarem dos estilhaços de balas. E na maioria das vezes, fome, fome e muita fome, vivendo um horroroso sofrimento. Lampião assumia o seu feito, dizendo que antes da morte do seu pai já havia praticado crimes. E em um desses, findou a vida de um sujeito que lhe roubara uma das suas cabras. Mas que todos que o julgavam como um bandido cruel entendessem o porquê da sua prática criminosa. Fizera para defender o que lhe pertencia, e em prol de sua própria honra. Se ele não defendesse o que era seu, com o passar dos tempos todos iriam querer pisá-lo como se ele nada valesse na vida. Lampião alegava ainda que se o Zé Saturnino não tivesse manipulado o tenente Zé Lucena para matar o seu pai, quem sabe, talvez ele não tivesse se tornado um bandoleiro, e sim, um fazendeiro, um engenheiro, um rábula qualquer ou outra coisa parecida. Ou ainda teria se casado e construído uma linda e maravilhosa família. E agora, depois das grandes decepções que passaram principalmente a morte do pai, como os irmãos Ferreira se vingariam das maldades que fizeram contra eles? Lampião e seus manos, decepcionados, fizeram um juramento: o seu luto, até a morte, iria ser o rifle, a cartucheira e os tiroteios. E a partir dali, decidiram que a solução seria magoar todo povo Alagoano, vingando-se a seu modo. Já que tinham perdido o respeito, uma desordem a mais não influenciava nada. E a partir de 11 de janeiro de 1927 (segundo Alcindo Alves), partiram para bagunçarem o Estado de Alagoas, onde destruíam tudo que viam pela frente. E geralmente rios de sangue ficavam escorrendo por onde os vingadores passavam.
    José Mendes Pereira - Mossoró – RN.

    ResponderExcluir
  2. Obrigado grande Juarez Chaves por ter publicado em seu excelente blog a minha simples história. http://blogdomendesemendes.blogspot.com

    ResponderExcluir