domingo, 21 de novembro de 2010

CANTINHO ECOLÓGICO: ECOLOGIA E MISSÃO


SOBRIEDADE: VIRTUDE ECOLÓGICA
Padre J. B. Libanio, sj
À medida que nos conscientizamos da gravidade da situação, percebemos a urgência de cultivar novas virtudes. A catequese ensinou-nos as virtudes teologais da fé, esperança e caridade e as virtudes cardeais da temperança, prudência, justiça e fortaleza. Bem entendidas, elas englobam as outras. No entanto, a fim de explicitar melhor a novidade do momento ecológico, vale formular de modo diferente algumas virtudes.
A sobriedade aproxima-se da temperança. Mas, como esta se vinculara muito à questão da busca de prazer por parte do indivíduo, ficou sem cuidado o aspécto da ganância de bem materiais pela via do consumismo.
É esse desequilíbrio que atinge em cheio a ecologia. E a resposta vem de uma virtude que cultive a sobriedade.
A sede consumista, frequentemente provocada de modo artificial, açula a produção de bens materiais para satisfazê-la. Cria-se passagem rápida e imperceptível do desejo para a necessidade, da sedução dos olhos para a aquisição do bem. E na base está o jogo central do capitalismo de produzir para vender e assim, pela compra, aumenta o lucro e o investimento a fim de produzir ainda mais com recursos tecnológicos cada vez mais sofisticados. Entra-se nesse círculo infernal sem saída se não se rompe o movimento.
A sobriedade corta o mal pela raiz. Impede o primeiro passo da sedução consumista que alimenta os seguintes. Instaura o critério da moderação, da austeridade, do autocontrole em face dos bens materiais. Estabelece outro movimento: qualidade de vida, frugalidade e parcimônia, de modo que a abundância dos bens de consumo já não atrai. Força então sua diminuição.
Alegra-se com a justa medida para viver melhor teor de existência.

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