domingo, 20 de abril de 2014

Recordando as copas: 1974 Alemanha

Estádio  - Alemanha 1974
      COPA DE 1974_
     Uma revolução tática
 
          A décima, com 38 jogos e 97 gols,  foi realizada na Alemanha no ano de 1974, ocasião em que a Alemanha Ocidental sagrou-se bi campeã mundial. O jogo final foi realizado   contra a  Holanda que perdeu por 2 x 1.
     Por causa da ação terrorista mortal contra os atletas israelenses na Olimpíada de Munique, dois anos antes, a Copa da Alemanha foi a primeira a ter um forte esquema de segurança.
    A TV a cores virou padrão nos EUA já em 1967, mas a maioria dos brasileiros só veria a camisa amarela da seleção ao vivo na Copa de 1974.
   "A Holanda é muito tico-tico-no-fubá, que nem o América dos anos 50", disse, em tom de desprezo, o técnico Zagallo antes de o Brasil perder de 2 x O para o Carrossel Holandês na semifinal.
Mais tarde, o Velho Lobo admitiu que não conhecia os adversários.  
     O xodó foi a seleção da Holanda, de Johan Cruyff. Apelidada de Carrossel Holandês, jogava um futebol vistoso, com constantes mudanças de posição. Mas, como a Hungria de 54, caiu para a eficiência alemã do craque Beckenbauer.
    O Brasil não conseguiu ao menos fazer lembrar a mágica da seleção de 1970, a Inglaterra sequer se classificou para a Copa do Mundo de 1974 e a Argentina ainda era uma força menor do futebol, mas mesmo assim o Mundial disputado na Alemanha se tornou um marco para o esporte.  Tudo por causa de um carrossel.
    Comandados pelo lendário Johan Cruyff, os holandeses voltavam a disputar uma Copa depois de 36 anos. E o retorno foi em grande estilo: apelidada de Laranja Mecânica, a seleção europeia pôs em prática, como jamais havia sido visto, o conceito de futebol total. A premissa tática parece ousada até hoje: os jogadores não tinham posição fixa em campo. Todos deveriam ser capazes de marcar, atacar e armar jogadas, trocando de lugar em velocidade e envolvendo o adversário. É claro que isso exige jogadores acima da média, total entrega tática e muito esforço físico e técnico. E a Holanda contava não apenas com Cruyff, o maestro, mas também tinha nomes como Neeskens, Jansen e Resembrink.
    O mentor de tudo isso era o técnico Rinus Michels, que antes havia criado o quase imbatível Ajax do começo dos anos 70. Na Copa, os resultados logo apareceram: 2 x 0 no Uruguai na primeira fase, 4 x 0 na Argentina e 2 x 0 no tricampeão Brasil na segunda fase. Mas havia uma pedra (ou melhor, uma rocha) chamada Beckenbauer no caminho.
    Jogando em casa, os alemães ocidentais chegaram a ser vaiados pela própria torcida na primeira fase e demoraram a engrenar. Mas uma vitória sobre a impressionante Polônia, do artilheiro Lato, selou a passagem para a final e mostrou de uma vez por todas a força germânica quatro dias antes da decisão do torneio.
      Mas Beckenbauer e seus companheiros eram as zebras diante do Carrossel Holandês. A Holanda havia marcado 14 gols e sofrido apenas um nos seis jogos anteriores e, assim que o jogo começou, partiu para o ataque sem que os alemães tivessem encostado na bola. Cruyff partiu do meio-de-campo e só foi parado na área, por Uli Hoeness: pênalti com um minuto de partida. Coube a Neeskens marcar o primeiro gol de pênalti em uma final de Copa do Mundo.
    Os alemães, no entanto, não desistiram. Eles já tinham experiência em vencer seleções mágicas em decisões de Copa do Mundo depois de sair atrás no marcador. Vinte anos antes, a vítima fora a Hungria de Puskas. Em 1974, sobrou para a Holanda de Cruyff. Aos 25 minutos, Bernd Hölzenbein foi derrubado por Wim Jansen na área e Paul Breitner converteu o segundo pênalti do jogo.  
    Depois, coube a Gerd Müller a honra de marcar o gol que garantiu o triunfo. Assim, o capitão Franz Beckenbauer ergueu a nova taça da Copa, já que a Jules Rimet ficou definitivamente para o Brasil em 70.
   Sem Pelé, Gérson, Carlos Alberto Torres, Tostão e Clodoaldo, o Brasil nem de longe se parecia com a seleção mágica de 1970, embora também tivesse Zagallo como técnico. Na primeira fase, o time canarinho se classificou em segundo lugar, com dificuldade, depois de empatar sem gols com a Iugoslávia, que passou em primeiro do grupo, e a Escócia, além de vencer o Zaire por 3 x 0 na última rodada.
    O Zaire, aliás, merece uma menção especial. Primeiro país da África Subsaariana a disputar uma Copa do Mundo, a nação, hoje chamada de República Democrática do Congo entrou para a história do Mundial graças a um dos lances mais bizarros do futebol em todos os tempos. Na partida contra o Brasil, o juiz anotou uma falta a favor do time canarinho na frente da área da equipe africana. Os jogadores do Zaire se posicionaram na barreira, mas, assim que o árbitro apitou, o zagueiro Ilunga Mwepu saiu correndo e chutou a bola para longe antes que ela fosse posta em jogo pelos brasileiros. Cartão amarelo para um surpreso Mwepu e lugar garantido na história das Copas.
    Na segunda fase, o Brasil venceu a Alemanha Oriental e a Argentina, mas acabou como mais uma vítima da Laranja Mecânica e teve de se contentar em disputar o terceiro lugar contra a Polônia. Depois de ser atropelado pelo Carrossel, o time canarinho também não foi páreo para a Polônia e acabou em quarto lugar.
Seleção de 1974
 
Fonte: FIFA

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